Brasil tem 85 medalhas na história da competição, sendo 39 ouros; em 2023, serão 17 atletas em nove classes
Primeiro lugar no ranking histórico da vela nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil entra em Santiago 2023 com favoritismo em algumas classes e grandes chances de fazer bonito em outras. Ao todo, serão 17 atletas brasileiros, espalhados por nove classes.
O esporte está no programa pan-americano desde Buenos Aires 1951. Ao longo destes 72 anos, foram 85 medalhas, sendo 39 ouros, 27 pratas e 19 bronzes. No somatório, porém, os EUA têm um pouco mais: 88. No entanto, como os norte-americanos possuem menos ouros (35), caem para segundo no quadro geral. Depois, aparece a Argentina, com 15 ouros e 56 pódios no total.
Os jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 serão disputados na raia de Algarrobo, a cerca de 92 km da capital chilena. O maior evento multiesportivo das Américas começa nesta sexta-feira (20), mas a vela terá suas primeiras regatas no dia 28. As competições se encerram no dia 05 de novembro.
Neste ano, a raia de Algarrobo trouxe sorte para o Brasil. Foi lá onde Marco Grael e Gabriel Simões conquistaram o Sul-Americano de 49er, no último domingo (15).
“Foi importante chegar antes e ter a possibilidade de competir e conhecer as condições antes do Pan-Americano, no qual teremos vagas olímpicas em jogo e muito mais pressão. Ainda temos alguns pontos a serem trabalhados para melhorar nossa consistência. Agora é treinar bastante e contar com nossa experiência e apoio da família para fazer bonito”, disse Marco Grael, que vem de duas medalhas de ouro em Toronto 2015 e Lima 2019.
Na versão feminina da prova, a 49erFX, o país será representado pelas atuais campeãs pan-americanas e bi olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze. Em março deste ano, a cidade chilena ainda classificou a dupla Juliana Duque e Rafa Martins, do Snipe, justamente para o Pan de Santiago 2023. Eles ficaram em segundo lugar no Western Hemisphere & Asia Championship, o suficiente para ter a vaga e defendem a medalha de bronze.
Juliana, por sinal, acaba de se consagrar tricampeão mundial de Snipe em evento concluído na semana passada em Valência, na Espanha.
Talentos individuais
Nas categorias individuais, o Brasil também conta com talento de grandes velejadores. Na Kite, por exemplo, o país é representado por Bruno Lobo e Maria do Socorro Reis. Ele foi ouro no Pan-Americano de Lima 2019 e é hexacampeão Brasileiro, enquanto ela é hexacampeã brasileira e campeã sul-americana de Hydrofoil. Bruno já está em Paris-2024.
No IQFoil, o talento brasileiro está com Mateus Isaac, bicampeão Mundial Júnior, hexacampeão Sul-Americano e octacampeão brasileiro, e Bruna Martinelli, bronze no Campeonato Sul-Americano de IQFoil e ouro na Copa Brasil de Vela de Praia, ambos neste ano. A classe estreia nos Jogos.
Na ILCA 6, o Brasil tem Gabriella Kidd, que é pentacampeã brasileira. Na categoria “superior”, a ILCA 7, o país aposta no experiente Bruno Fontes, de 44 anos. Ele representou o país em Guadalajara 2011 e foi medalhista em Lima 2019.
A lista brasileira tem ainda Thomas Sumner, Ana Barbachan e Larissa Juk na Lightning e Samuel Albrecht e Gabriela Sá na Nacra 17.
”Nossa equipe chega muito bem preparada para manter a tradição de resultados expressivos no Pan. Somos umas das maiores potências da América e chegamos nesta edição com uma equipe multidisciplinar liderada por Cláudio Biekarck, dono de uma dezena medalhas pan-americanas, um recorde histórico para uma modalidade que só pode render apenas um pódio por edição”, contou Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.
Parte da delegação já embarcou para o Chile para o período de aclimatação dos Jogos pan-Americanos. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, o Brasil demonstrou seu domínio ao liderar o quadro de medalhas da vela. Foram cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze para a equipe brasileira de vela.
Equipe brasileira que competirá o Pan de Santiago:
Snipe: Juliana Duque e Rafa Martins
Lightning: Thomas Sumner, Ana Barbachan e Larissa Juk
ILCA 7: Bruno Fontes
ILCA 6: Gabriella Kidd
Fórmula Kite: Bruno Lobo e Maria do Socorro Reis
IQFoil: Mateus Isaac e Bruna Martinelli
49er: Marco Grael e Gabriel Simões
49erFX: Martine Grael e Kahena Kunze
Nacra 17: Samuel Albrecht e Gabriela Sá
Apoio à vela Jovem
A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela – CBVela junto ao Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.
O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ).
O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), além de ter o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) como parceiro no fomento à Vela nacional.
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.
A CBVela foi a primeira confederação esportiva brasileira a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a incorporar a agenda global da sustentabilidade – a Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – ao seu planejamento estratégico.
Foto: Divulgação/Jonne Roriz/COB